Acordei desesperada, ouvi a chuva cair do telhado e cair na minha cama.
E quando vi já não tinha mais seus pés aqui, nem seu bilhete na geladeira.
Pra quem ainda não dormiu ou não dorme nessa cidade, que não cabe mais ninguém. Nessa noite fria vai ser difícil de suportar sozinhos na sala de estar, o noticiário que não quer acabar. E quando aquele repórter te diz boa noite, ameaçando te deixar, você chora dentro da caneca do "Pelourinho", mas você nunca esteve lá. Na caneca? No Pelourinho? Ah,vai se danar!
Todas essa impressões e expressões me causam dor de cabeça, por favor da próxima vez vá direto ao ponto, mesmo que ele seja o final.
Se enganam aqueles que acham que eu vim aqui pra me mostrar, pra me vender, pra me salvar. Não sei porque venho. Nem pra quê, mas se ficasse debaixo das cobertas,da cama, do quarto, debaixo daquele teto gotejante... acho que pegaria um resfriado.
Sonâmbulos andantes dessa cidade encharcada de bebida, quero ver se vocês conseguem me explicar. Porque se crio amor sou romântico, se falo de um foguete sou futurista, se falo de filmes sou cult, mas se falo de mais sou chato e se falo a verdade sou inconveniente?
Ele não queria mais nada por isso partiu sem deixar rastros, até nossa próxima viagem.
Desvaneceu
