a gente se repete nos mesmos lugares-comuns


foto do meu pai. Sem data, sem nome. Só sei que é dele. Não sei se ele aparece nela, ou se foi ele que tirou. Fico em duvida. Ele poderia ser esse moço magro, passando atrás do menino. Ele leva na mão algo que parece um buquê. Flores! Flores para quê?Podia ser um agrado intencionado para a moça do 312, ou poderia ser aquelas flores benzidas, cheirando a alfazema, que leva pra tia-avó. olhando para o outro lado. Ele poderia ser o fotografo, ou ele poderia até ser o menino segurando os balões,como quem quase voa. Foi dai que percebi que meu pai eram todos, até a moça de cabelo loiro ali atrás, meu pai feminino. 
Enquanto isso esses bancos de igreja colocados assim na rua me fazem lembrar , lembrar o que mesmo?

ah, esqueci a frase de efeito.

A convulsão escrita e outras pantanosas experiências

Começo sempre de um lugar, que antes era inconsciente de existir.
Título, que nem sempre vai permanecer coerente ao texto, mas que por fim, pode ter sido o começo. -nunca prestei atenção nas aulas de redação, nem muito nas outras, enfim. Nem mesmo sei pra que presta uma virgula no lugar comum, senão fora dele.

Então, ao invés de papel, ao invés de esboço, faço do original-esboço, um esboço-final.
Mas não era disso que vinha falar, só falei porque a ideia do título me veio na cabeça, assim que abri essa página boba de postagem, que deixam a gente pressionada a escrever. Mas gosto disso, assim venço aos poucos a inercia.

Assisti um filme que como se diz nos artigos criticólogos é, sen-so-ri-al. Se preocupava em narrar através do som o ambiente em que se está. E o som que ouvimos na sala de TV-grande, é do mesmo material ondular que lá fora ouço os sons naturais.
Sempre me lembro do professor de física tentando me explicar que no vácuo não tem ondas sonoras (aquelas em forma de mola?), mas tem ondas luminosas (a do Sol, os raios solares, e então paro para ver um chiclete na cadeira que quase gruda no cabelo verde da menina da frente). Por isso deduzi que o filme mudo, era feito no vácuo. Só pode ser, Chaplin, era o melhor ator-diretor do vácuo. Palmas, palmas inaudíveis.

O filme era em uma cidade-pântano, clima úmido e quente, chovia, chovia e etceterá. Os adultos viviam embriagados, e as crianças viviam muito próximas, encostando corpo uma n´asoutras. De roupa de verão, biquini, sem camiseta. Iam caçar animais que morriam no pântano, caçar naquelas porque eles já estavam mortos. Nadavam e se enrolavam na lama.

Quando sai, da sala de onde estava assistindo, a chuva, que antes estava chovendo, tinha parado. O clima abafado e úmido do vaporzinho do asfalto que sobe pelos pés, e o cheiro da grama e da folhas. Os sons, que eu ouvia eram as mesmas ondas sonoras que eu ouvia no filme, mas não eram dramaturgicamente pensadas a não ser que assim eu as quisesse.

ai, cansei, isso nem é um texto crítico, resenha filmografa, nada nada....não tem serventia . Mas se quiserem o filme é o Pântano, da Martel a Lucrécia.




de tanto te olhar pela minha luneta estrábica.




Tenho que parar de escrever assim, como se fosse uma carta anônima, que seu nome está oculto nela como destino, e o meu como remetente. Párar de achar que fazendo isso, quiçá você lê entende que é pra você esse montoado de palavras.Que não tô escrevendo pro prefeito, não to falando de greve, nem de dor no peito. Que no fim, bem no fim de março não adiantou de nada. Um senhor com chapéu grande que disse, mais vale umas dúzias de palavras mal ditadas do que um silêncio apagado pelo movimento das pálpebras.

                                                Acredito.

Que minha mãe está um pouco cansada, de cuidar da pia que pinga, do homem velho que vive no sanatório, do pijama do meu irmão passado, da minha ansiedade sem remédio, da sopa da minha vó. E acredito que ela queria uma massagem no pé, um mingau de maisena, ela gosta de passar todos os cheiro depois do banho, que deixam ela assim.

                 Creio que.

As tintas devem voltar a fazer parte da constituição dos meus braços e dedos, que saía assim pra ir na padaria, na casa de um amigo, não lava a mão nem pra comer cachorro-quente, porque a tinta tinha que ficar lá, até achar que estava bom, e sair pelo ralinho.

                              Anseio

Muito, talvez até aquele negócio de signos estejam certos. E foi encontrar essas pessoas que roem dedo e falam pelos cotovelos que percebi que meu lugar, é inexistir. Anacrônica desleixada, me fez no tempo do nunca, me deu um tempo de vento.

                                                                                                                  Findando


Tinha que falar assim? Ninguém é culpado dessa sua super-estimação sob aqueles que você nem sabe direito que cor tem os pelos do nariz. Eu sei que...desafiando as estátuas paradas por dois ou três anos atrás, talvez elas estejam vivavivinhas. 

                                   Esperando que soprem sua orelha.